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Rejeito [Disposal]


ceramics
300 x 300 cm
2020
















Since the dawn of the human race, mud, clay and clay found a manifest desire for expression, wonder and affection in the face of the challenges and mysteries of life and its cycles. Now, thousands of years after the first transfigurations of matter, we are hostages to its most evil version, making monetary value more dignified than the symbolic value of the rituals and processes of human lives and the natural landscape. In light of recent events involving the collapse of mining dams in Mariana and Brumadinho, we are familiar with the term Disposal - the main product contained in dams, consisting of a mixture of toxic sludge, resulting from the dejects of the mining industry process.

Rejeito [Disposal] explores the temporal and spatial permanence of what is our closest ordinary: dry leaves. They are rites of passage, where one learns with the scale of the world and through friction with the difference from the other, this epiphany of brittle and extremely fragile forms stands as a counterpoint to the natural cycle of life, becoming like resistance in times of war - grouped and in great majority, they manage to overcome common sense and call attention to their permanence -  they are now part of the select group that has become archaeology, excavation, and history.
The installation deals with formal and symbolic issues in ceramics, but also creates a metaphor with the mud that swept cities and fields in Minas Gerais. In the power of its delicacy lies the strength of the questioning of how we have faced and resisted excessive and predatory exploitation, and which makes us - forcibly - to be the dust of the earth before we even have time to go through the fire of the spiral of life to get closer to the archaeological shards of our ancestors. So then, we can be perennial.






Rejeito


cerâmica
300 x 300 cm
2020




A lama, o barro e a argila encontraram desde os primórdios da raça humana uma vontade manifestada de expressão, assombro e afeto face aos desafios e mistérios da vida e seus ciclos. Agora, milhares de anos depois das primeiras transfigurações da matéria, somos reféns de sua versão mais maligna, tornando o valor monetário mais digno que o valor simbólico dos rituais e processos de vidas humanas e da paisagem natural. Face aos recentes acontecimentos de rompimento de barragens de mineração em Mariana e Brumadinho, ficamos familiarizados ao termo REJEITO - produto principal contido nas barragens, constituídos de uma mistura de lama tóxica, proveniente do descarte do processo da industria mineradora.

Rejeito explora a permanência temporal e espacial daquilo que é o nosso ordinário mais próximo: folhas secas. São ritos de passagem, onde se aprende com a escala do mundo e através da fricção com a diferença do outro, essa epifania de formas quebradiças e extremamente frágeis se colocam como o contraponto ao ciclo natural da vida, tornando-se como a resistência em tempos de guerra - agrupadas e em grande maioria, conseguem vencer o senso comum e chamam a atenção para sua permanência -  agora fazem parte do seleto grupo que se transformou em arqueologia, em escavação, em História.

A instalação Rejeito trata de questões formais e simbólicas da cerâmica mas também cria a metáfora com a lama que varreu cidades e campos em Minas Gerais. Na potência de sua delicadeza reside a força do questionamento de como temos enfrentado e resistido à exploração demasiada e predatória, e que nos torna - forçosamente - a ser pó da terra antes mesmo que tenhamos tempo de passar pelo fogo da espiral da vida para nos avizinharmos aos cacos arqueológicos de nossos ancestrais. Assim então, poderemos ser perenes.







images of the production process at Fabrica de Arte Marcos Amaro in Itu, São Paulo.
imagens do processo de produção na Fábrica de Arte Marcos Amaro em Itu, São Paulo.