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Mégalithes de Bretagne


charcoal and silk screen on paper
66 x 50 cm each
2007





* this work was made with the support of the Bolsa Iberê Camargo / residency at Rennes, France.


During my research about the landscape of the parallel 48, in the Britain region, I constantly ran into bunkers of the World War II in almost all over the territory along the East coats.
I also found in this territory megalithic stones, paleological tombs and a great amount of prehistoric monuments, mostly dating form the Bronze Age.

Attracted by the idea of the two “symbols” so commonly present in the ideals of the Britons, I took then pictures of those bunkers in the beaches, that look like - in its current status of conservation and shape - the megaliths, also spread all over Brittany, hidden, masked through the green grass., Those places became motif of post cards, tourist spots and references in History books.

Then, I do chalk drawings on paper of the images of the bunkers. All of them have a more accurate representation of the surrounding - the green grass, the mountains and the sea - and its shape remain as something more structural, only with the lines, more like a big and white mass amidst the landscape waiting to be finished or to simply exist. I like the idea of the disappearance of something that is nearly impossible to destroy - several attempts to destroy the bunkers had been done, but they all turned out to be useless, to the point of preferring to deviate a roadway or building a bridge in some where else than destroying them.

Over the drawings, I made silk screen prints, in a coordinate trade, placing the drawings of the bunkers in the exact places of archeological sites and its subtitles, as I found them in the postcards and old books. They share the same space and feeling of permanence, resemble in color and surrounding, but are totally opposites in their existential reason.

The act of “trading subtitles”, was already done by me in other series of previous works and encompasses a trick of perceiving the world that is experienced first through the sense of vision, being initially guided by the shape and by the representation of what was experienced.

Thus, there is an unnatural attempt of engaging one reality into the other that happens based on a repertory of images and situations preconceived. The desire of reorganizing the space according to other parameters than physical, chemical or from the natural and exact sciences is what always moved the artist to its row material:the world ad its relation to life and death.









Mégalithes de Bretagne


carvão e serigrafia sobre papel
66 x 50 cm cada
2007

*obra realizada durante a Bolsa Iberê Camargo / residência em Rennes, França.



Durante minha pesquisa sobre a paisagem do paralelo 48, na região da Bretanha, deparei-me constantemente com bunkers e casamatas da 2a Guerra Mundial em praticamente quase todo o território percorrido ao longo da costa norte.
Também encontrei nesse mesmo território pedras megalíticas, tumbas paleológicas e grande quantidade de monumentos pré-históricos, datando em sua maioria da era do bronze.

Atraído pela idéia dos dois “símbolos” tão comumente presentes no ideário do bretões, eu realizei então fotos desses bunkers que tirei nas praias, durante a viagem e que se parecem - em seu status atual de conservação e forma - e dos megalitos, espalhados também por toda a Bretanha, em meio à relva, escondidos, camuflados e que tornaram-se motivos de cartões postais, pontos turísticos e referências em livros de história.

Depois, faço desenhos à carvão sobre papel das imagens dos bunkers. Todas possuem uma representação mais bem acabada do entorno – como a relva, as montanhas e o mar – e sua forma permanece como algo mais estrutural, somente com as linhas, mas como se fosse uma grande massa branca em meio à paisagem esperando para ser concluído ou para simplesmente existir. Gosto da noção de desaparecimento de algo que é quase impossível de se destruir - já foram feitas várias tentativas de se destruir os bunkers, mas todas mostraram-se inúteis, ao ponto de preferir desviar-se uma estrada ou construir um ponte em outro lugar do que ter que destruí-los.

Por sobre os desenhos, realizei impressões serigráficas, numa troca de coordenadas, colocando os desenhos dos bunkers nos locais exatos dos sítios arqueológicos e suas legendas, assim como as encontrei nos postais e livros antigos. Eles compartilham o mesmo espaço e um sentido de permanência, assemelham-se na cor e no entorno, mas são totalmente opostos em sua razão existencial.

A operação de “troca de legendas”, já realizada por mim em outras séries de trabalhos anteriores abarca um artifício de percepção do mundo que é experimentado primeiramente pelo sentido da visão, sendo guiado primeiramente pela forma e pela representação do que foi vivido.

Existe assim, uma tentativa forçada de encaixe de uma realidade na outra que acontece baseada em um repertório de imagens e situações pré-concebidas. O desejo de reorganizar o espaço segundo outros parâmetros que não os da física, da química ou das ciências naturais e exatas é o que sempre moveu o artista em relação à sua matéria prima primordial: o mundo e suas realções de vida e morte.