_ART        _ARTIST        _TEXTS        _NEWS        _CONTACT        _instagram / vimeo_




Displacing territories: Project for the border Brazil/Uruguay


50 graphite drawings on PVC board, iron, and stain wire, magnetic sheet and plexiglass
300 x 500 x 300 cm
2011




* comissioned work for the 8 Bienal do Mercosul



The act of collecting stones from a particular location and transporting them to another is perhaps one of the first signs of civilization, a moment when man understands himself as a transformer of his space and, consequently, possesses the power to interfere with Creation.

Like a collector of objects of no importance, I've develop an action as a traveler crossing the Border of Rio Grande do Sul/Uruguay almost in its entirety, seeking elements present in the local landscape to serve as a representation of that territory.

When I choose a stone, I mark its exact location of collection and cross the border bringing it back to Brazil. Its movement accentuates the idea of belonging — the place where they were / the place where they are — and of a memory intrinsically stored within the stone itself, its constituent mineral, its mass, its physical characteristics, its age through the millennia it has crossed.

The artist's work in this case resembles that of an archaeologist who collects, classifies, and organizes the natural landscape. Thus, I seek to understand the Place: mine and the rocks' own, because when I am on the Uruguayan side, I also feel more Brazilian. And in this way, I bring Uruguay inside Brazil, pieces that cross borders and reorganize according to parameters other than geology, geography, politics, or economics. A country/place contained within another, represented in future drawings that resemble photographs, as if they were a catalog of the memory of the place, a memorabilia, a reclassification of the landscape where objects carry within them all the possible information of the place from which they came.

I see the landscape as a counterpoint for measuring oneself, an external reference that can give the exact measure of the size of the self. It’s a romantic idea that pays homage to the last great explorations of the 19th century, when the poles of the planet and the peaks of the highest mountains were, without a doubt, a discovery of the place while also a discovery of the human limit itself.

My relationship with the landscape lies in a first attempt to construct an ideal place, an imitation of nature as a faithful portrait of relationships of perfection and balance. Thus, I want to encompass all the possibilities of understanding a location, not only through sensitive means like drawing or photography, but through rational ways of understanding Place: latitude, longitude, altitude, mathematical calculations, and technical/scientific references. The mysteries of the force acting in secret in nature are recreated, sometimes in a brutal manner, other times in a delicate and almost imperceptible way, in an act of comprehending in an integral manner the matter of which we are made.

Displacing Territories: Project for the Brazil/Uruguay Border
is a journey as a solitary traveler that I undertook at the end of April through the border zone of the pampas, specifically from Barra do Quaraí to Pelotas.

My experience reflects the rescue of the memory of the landscape, through the collection of stones that were classified and then organized. Its exhibition was held in the city of Pelotas, specifically at the Leopoldo Gotuzo Art Museum, during the month of July, and later as part of the 8th Mercosul Biennial, held in Porto Alegre between September and December of 2011.








Deslocando territórios: Projeto para a fronteira Brasil/Uruguay



50 desenhos à grafite sobre PVC expandido, ferro, cabos de aço, manta magnética e acrílico
300 x 500 x 300 cm
2011

* trabalho comissionado para a 8 Bienal do Mercosul




O ato de coletar pedras de determinado local e transportá-las a outro é talvez um dos primeiros traços de civilização, momento na qual o homem entende-se transformador de seu espaço e por conseguinte, possui o poder de interferir na Criação.

Como um colecionador de objetos sem importância alguma, desenvolvo uma ação de viajante que atravessa a Fronteira do Rio Grande do Sul/Uruguay em quase toda sua extensão e busca elementos presentes na paisagem local para servirem como própria representação daquele território.

Quando escolho uma pedra, marco sua localização exata de coleta e atravesso a fronteira trazendo-a de volta ao Brasil, seu deslocamento acentua a idéia de pertencimento - o lugar onde estavam / o lugar onde estão - e de uma memória intrinsecamente depositada no interior de tais pedras, seu mineral constituinte, sua massa, suas características físicas, sua idade nos milênios que atravessou.

O trabalho do artista nesse caso, assemelha-se ao do arqueólogo que recolhe, classifica e organiza a paisagem natural. Assim, procuro entender o Lugar: o meu e o das próprias rochas, pois eu, quando estou em lado uruguaio me sinto mais brasileiro também. E dessa forma, trago o Uruguay para dentro do Brasil, pedaços que atravessam as fronteiras e se reorganizam segundo parâmetros outros que não a geologia, a geografia, a polítca ou a economia. Um país/lugar contido dentro de outro, representado nos futuros desenhos que se assemelham a fotografias como se fossem um catálogo da memória do lugar, uma memorabilia, uma reclassificação da paisagem onde os objetos carregam em si toda a informação possível do lugar de onde vieram.
Vejo a paisagem como um contraponto para medir a si mesmo, um referencial externo que possa dar a exata medida do tamanho do eu. Idéia romântica que presta reverência às últimas grandes explorações do século XIX, onde os pólos do planeta e os cumes dos montes mais altos eram por certo, uma descoberta do lugar ao mesmo tempo que uma descoberta do limite próprio do homem.

Minha relação com a paisagem repousa numa tentativa primeira de construir um lugar ideal, uma imitação da natureza como retrato fiel das relações de perfeição e equilíbrio. Quero assim, abarcar todas as possibilidades de entender um local, não somente por meios sensíveis como o desenho ou a fotografia, mas através de formas racionais de se entender Lugar: latitude, longitude, altitude, cálculos matemáticos e referências técnico/científicas. Os mistérios da força que age em segredo na natureza são recriados, por vezes de maneira brutal, outras, de forma delicada e quase imperceptível, num ato de compreender de maneira integral a matéria da qual somos formados.

Deslocando territórios: Projeto para a fronteira Brasil/Uruguay é um trajeto como viajante solitário que realizei ao final do mês de abril pela zona fronteiriça dos pampas, especificamente desde a Barra do Quaraí até Pelotas.

Minha experiência reflete o resgate da memória da paisagem, por meio do recolhimento de pedras classificadas e organizadas em seguida. Sua exposição foi realizada na cidade de Pelotas, mais especificamente no Museu de Arte Leopoldo Gotuzo, durante o mês de julho e depois como parte da 8 Bienal do Mercosul, realizada em Porto Alegre entre setembro e dezembro de 2011